Capitulo 25 – Mente confusa, desculpas mal arranjadas - “Sentimentos do meu Kokoro”

Livro 1: Yui

Assim que o Rafa me bateu senti-me impotente, imóvel, não sei bem o que me aconteceu, parecia que tudo a minha volta tinha perdido o sentido. Por momentos deixei até de ver e ouvir o que se passava, senti que estava a cair no vazio e que não tinha onde me segurar, antes de vir para o Japão tinha fugido desta pessoa que tanto mal me havia feito, cortei relações com todas as pessoas que conhecia na europa para que ele nunca me conseguisse encontrar, mas como é que ele tinha conseguido era impossível, o vazio que se tinha formado a minha volta cada vez aumentava mais e mais, não sabia o que fazer, apenas sabia que desta vez não iria conseguir fugir, não tinha mais para onde pudesse ir, era o fim da linha para mim.~

Surgiram tantos pensamentos na minha mente, tenho até a impressão de que vi a minha vida a correr mesmo em frente a mim, como se eu fosse morrer ali. Não sei como nem quando, mas só me lembro de acordar daquele transe com a Jury a gritar para que alguém nos viesse ajudar, como é que ela tinha vindo parar a minha frente? Desde quando é que o Rafa a estava a agarrar? Parecia até que a ia matar ali mesmo, quem a salvou a ela foram as pessoas que se começaram a aproximar de nós perguntando se estava tudo bem, quem me salvou a mim, pelo menos por agora, fora o anjo que parecia apenas me odiar mas afinal ajudou-me, a minha mente cada vez estava mais confusa. Todos os meus pensamentos pararam assim que ouvi o Rafa proferir “Vais te arrepender, Yui.” não havia muitas conclusões para tirar dessas palavras. Rapidamente tive que pensar numa solução, uma desculpa como sempre fazia para que mais ninguém se metesse naquela confusão, já bastava existir agora uma criança inocente.

Senhora:_ Está tudo bem menina?

_ Haaam?!!

Jury:_ Yui estás bem, o que é que ele te fez? O que é que se passou.

_ Está tudo bem não se passou nada….. nada mesmo

Jury:_ o que é que estas a dizer claro que se passou.

_ Há pois sim eu… pensei que conhecia aquele senhor… então… corri para o alcançar já que ele não respondia aos meus chamados, foi isso

Senhora:_ Se foi só isso porque que a menina está magoada.

O que é que a senhora estava a dizer, magoada? Passei a mão ao rosto mesmo onde o Rafa me havia batido, olhei bem para a minha não como é que eu não tinha percebido que estava a sangrar, como é que ia explicar isso agora, não podia era deixara Jury dizer a verdade.

Jury:_ Foi…

_ (não deixando a Jury continuar) Cai… quando estava a chegar perto dele tropecei no meu próprio pé e cai, como bati com a cara no chão fiz este pequeno arranhão, nada de mais (com um olhar intimidador olhando para a Jury) não foi Jury? Foi apenas isso que aconteceu nada mais.

Jury:_ S…s…s… sim

Senhora:_ Estão porque que a menina começou a gritar a pedir ajuda como se o senhor a tivesse a ameaçar?

_ É apenas uma criança ficou com medo em ver tanto sangue, nada de mais. (Levantando-me) Vamos embora Jury, já está tarde a tua mãe deve estar a ficar preocupada.

Jury:_ Sim… vamos.

Assim que me levantei do chão agarrei na mão da Jury e sai dali para fora, não podia deixar que aquela conversa fosse adiante não ia ter desculpas suficientes para dar.

Estávamos a caminha de casa quando vi uma pequena banquinha que estava a vender uns cascóis, não que estivesse frio, porque ate que estava um tempo bem quente, mas tinha que esconder o sangue que tinha na face para que a mãe da Jury, não me pergunta-se de onde ele tinha vindo, por isso comprei um dos cascóis enrolando-o assim em volta do pescoço e cobrindo também a face esquerda.

Jury:_ O que é que se passou há pouco? Porque que estas a tapar a ferida?

 Ainda mais está, tinha que dizer qualquer coisa a pequena, não podia era deixar que ela contasse a todos o que tinha visto, mas o que é que ela tinha visto mesmo? Não sei ao certo. Continuamos o caminho para casa, enquanto isso eu ia pensando no que lhe ia dizer para que ele não falasse do que aconteceu. Quando tínhamos cegado a porta de casa dela toquei a campainha e apenas lhe disse.

_ Jury, promete-me que não vais contar a ninguém o que viste no parque, prometes?

Jury:_ Porquê?

_ Apenas me promete

Jury:_ Mas aquele homem bateu-te

_ Jury, não queres que ninguém faça mal a tua mão e ao teu irmão pois não?

Jury:_ Não… não quero

_ Então não podes falar com ninguém sobre o que se passou, aquele senhor é muito perigoso e se tu disseres alguma coisa a alguém ele pode até matar o teu irmão e a tua mãe. Por isso promete-me que não vais dizer a ninguém.

Entretanto a mãe do Jury abriu a porta, vinha com o telemóvel não mão e com uma expressão um pouco chateada.

Sra. Akira:_ Está tudo bem, ia mesmo agora ligar-te Yui estavam a demorar tanto que pensei que algo de mal pudesse ter a acontecido.

_ Está tudo bem, não se passou nada, nos é que estávamos tão divertidas que nem demos pelas horar passarem

Sra. Akira:_ Ainda bem que se deram tão bem… Fico feliz, sendo que o meu filho gosta de ti. Mas o que é isso na tua cara?

_ O quê? (assustada)

Sra. Akira:_ Esse cascol, não está calor para andares assim?

_ Haa… Isto, eu estava com frio, já a minha mãe sempre me diz que sou uma friorenta.

Sra. Akira:_ Se é assim tudo bem.

A Jury correu para junto da mãe, fiquei um pouco assustada com isso pois não sabia que a tinha convenci a não dizer uma só palavra do que tinha acontecido, nisto ela volta-se para traz e diz

Jury:_ Eu prometo

Parecia que me tinha tirado um peso de cima, se ela não falasse era um monte de problemas que deixavam de poder existir.

Nisso continuei com o meu caminho para casa sabendo na mesma que um problema podia estar resolvido mas o criador desse problema estava agora mais perto do que nunca e eu não sabia como é que o ia resolver, fugir outra vez não seria a solução, pois para onde quer que eu fosse ele ia encontrar-me tal como aconteceu desta vez, sem contar que não tinha família em mais lado nenhum, ninguém mais em quem me apoiar para me esconder.